segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Instituto do Coração fará primeiro transplante com pulmão regenerado

O primeiro transplante de pulmão no Brasil com órgão que passou por um processo de regeneração deve ser feito a qualquer momento pelo Instituto do Coração (InCor) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).

Com esse avanço da medicina brasileira, surge um novo alento a 140 pacientes de todo o país que precisam receber um pulmão novo para continuar vivos. Metade desse universo está na fila de espera do InCor.

Por ano, são feitos em torno de 20 transplantes. Fábio Jatene, diretor do Programa de Transplante de Pulmão, explicou que, ao serem incluídos na lista dos pacientes passíveis de serem os receptores, esses pacientes têm chance de viver por mais dois ou três anos. Com a cirurgia, há uma sobrevida média entre 70% a 75% dos casos em sete anos, além de uma sensível melhora da qualidade de vida.

Os transplantes de pulmão são os mais complexos. Apenas entre 5% a 10% das doações são de fato aproveitadas porque o pulmão se deteriora muito rapidamente e está mais sujeito a contaminações pelo contato com o exterior. 

A técnica

No Canadá, a técnica já é adotada e a experiência bem sucedida soma 30 cirurgias com órgão recuperado. Esta técnica consiste na utilização de uma solução líquida introduzida, lentamente, por meio de cânulas na artéria e na veia pulmonar como forma de reduzir ou eliminar o edema, o inchaço, que impede a troca gasosa do organismo e é um dos principais obstáculos ao aproveitamento do pulmão retirado de um paciente com morte encefálica. O medicamento faz, assim, uma espécie de higienização do órgão.

Transplante


Para a presidente da Comissão de Doença Pulmonar Avançada da Sociedade Brasileira de Pneumonologia e Fisiologia, Valéria Maria Augusto, explica que 99,9% dos transplantes ocorrem a partir de uma doação obtida de uma pessoa com quadro de morte encefálica. A entubação, segundo a médica, é um indício da probabilidade de infecção e, se isso se confirmar, a utilização do pulmão em questão já é descartada.

Segundo Valéria, mais da metade dos transplantes de pulmão são em pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica. O InCor informou que, dentre as enfermidades tratadas com essa intervenção, estão os casos de enfisema e fibrose pulmonar, além de hipertensão pulmonar e fibrose cística.

Fonte: Estadão

Nenhum comentário:

Postar um comentário