Saiba um pouco mais sobre o câncer de tireoide.
A Casa Rosada anunciou, na noite da última terça-feira, que a presidente argentina, Cristina Kirchner, de 58 anos, sofre de câncer na glândula tireoide e deve passar por uma cirurgia num hospital de Buenos Aires no próximo dia 4.
O carcinoma papilífero é o tipo mais comum de tumor na tireoide, respondendo a 80% dos casos de câncer nesta glândula, que é localizada na parte dianteira do pescoço e responsável pela produção de hormônios que regulam o metabolismo do corpo humano. Pesquisadores acreditam que a origem esteja ligada a questões genéticas, mas não há estudos que comprovem essa tese.
O tipo de câncer de tireoide que atingiu Cristina tem altas taxas de recuperação, com mais de 90% dos casos, quando diagnosticado no início da doença, de acordo com o Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos. Este tumor tende a progredir lentamente, mas pode se espalhar pelos gânglios linfáticos e outras partes do corpo. O tratamento, em geral, tem bons resultados, e há muitos poucos registros de casos fatais. O diretor do Centro Oncológico de Rosário, na Argentina, Dr. Miguel Muñoz, concorda com essa estatística, garantindo que se trata de um "tumor absolutamente curável".
Estima-se que Cristina Kirchner ficará licenciada da presidência por aproximadamente 4 meses, para seu adequado restabelecimento.
O Tratamento
É feita retirada cirúrgica da maior quantidade de material cancerígeno possível, seguida de tratamento com iodo radioativo, através de pílulas orais. Essa substância ajuda a destruir reminiscências das células cancerígenas e proporciona imagens mais nítidas, mostrando qualquer tipo de câncer adicional.
Após a cirurgia, os pacientes costumam ter que tomar remédios pelo resto de suas vidas, para repor os hormônios que a glândula tireoide produz. Exames de sangue a cada seis ou doze meses também são recomendados, para acompanhar os níveis de hormônio e manter a boa saúde do paciente.
Curiosidade:
O caso Cristina Kirchner é o quinto de câncer entre presidentes dos países da América Latina nos últimos 3 anos. Veja o quadro cronológico abaixo:
Presidente | País | Tipo de Câncer | Divulgação |
Dilma Rousseff* | Brasil | Linfático | Abril, 2009 |
Fernando Lugo | Paraguai | Linfático | Agosto, 2010 |
Hugo Chávez | Venezuela | Não divulgado | Junho, 2011 |
Luiz Inácio Lula da Silva | Brasil | Laringe | Outubro, 2011 |
*Dilma era Ministra da Casa Civil e pré-candidata à Presidência da República quando foi diagnosticada com câncer.
À exceção do ex-presidente Lula, cujo diagnóstico é recente e ainda encontra-se em tratamento, todos os demais já divulgaram estar curados.
Com o avanço da tecnologia voltada para a medicina, tanto a detecção precoce quanto o tratamento assertivo do câncer estão cada dia mais possíveis, proporcionando mais confiança e bem estar entre pacientes e seus familiares e ampliando as possibilidades de uma vida saudável e longa após o diagnóstico.